Euzinha

Sou uma alfacinha, viciada em tudo o que as grandes cidades nos oferecem, que em 2002 deu o nó e veio viver para uma aldeia perto de Santarém. E acreditem que... não acreditem, acompanhem as minhas aventuras...
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... mentira... EU até acho que tenho bom feitio... intratavel@gmail.com

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Tudo por um cão...

segunda-feira, maio 22, 2006
Esta já é antiga (tem quase um ano), mas vale a pena ficar registada.
Não há família rural que se preze que não tenha no seu agregado familiar um punhado de cães. Nós são somos excepção. Assim temos dois rafeiros alentejanos (um cão e uma cadela), um samoyedo e, dentro de casa, uma Yorkshire Terrier que é um resquício da minha vida na "capital". Regra geral são os rafeiros que ficam soltos durante a noite, apesar do macho ter uma profunda antipatia por todos os outros cães que insistem em enfiar-se por debaixo da vedação para vir conhecer aqui as nossas "propriedades".
Mais uma vez esta história começa de madrugada - sim, aqui os dias começam muito cedo. Estamos portanto no Verão, pleno Verão. São 6 e picos da manhã, já é dia. Está um calor absolutamente insuportável, motivo pelo qual durmo com um daqueles baby-dolls completamente transparentes e que fazem qualquer mini-saia parecer uma saia comprida. E sem mais nada porque o calor do ribatejo não o permite.
São pois 6 e picos quando acordamos com um ganir desesperado de um cão que, reconhecemos de imediato, não é nosso. "Pronto, já temos outra vítima!", declara o S. sem se dar ao trabalho de levantar a cabeça da almofada. Eu salto da cama de um pulo, abro a janela e vejo o rafeiro alentejano a "brincar" com um cão de porte médio que nunca vi à minha frente. Este brincar passava por "abucanhá-lo", levantá-lo no ar, atirá-lo, ir calmamente ter com ele e voltar a fazer o mesmo. Desci as escadas a correr, desliguei o alarme, enfiei uns chinelos e saí porta fora a correr pelo terreno - que é enorme e que se consegue ver da estrada, dos terrenos ao lado, da casa do vizinho, etc. Saí portanto a correr com o baby-doll transparente que com a correria me subiu até à cintura (não, não tinha mais nada) e a gritar em altos berros "Ele mata-o!!!!! Ele mata-o!!!!!". Tentei aproximar-me do meu cão, ainda fiz uma aterragem e rebolei ravina abaixo, mas mesmo nua e cheia de terra não desisti até que alcancei o meu rafeirão e permiti ao outro cão voltar a fugir por debaixo da vedação, a coxear e ensanguentado.
Quando me virei vi o meu marido parado, de braços cruzados, ao longe, junto à casa. "Mas porque é que não me vieste ajudar?!?!?!? O que é que ficaste aí parado a fazer!?!?!?!", gritei-lhe furiosa.
Resposta dele: "A ver o espectáculo. Foi bom demais para ser verdade".
posted by Rakel at 5/22/2006 06:43:00 da manhã | link | 12 comentários

O que é isto?

quarta-feira, maio 10, 2006
Há uns tempos, em mais um fim de semana tranquilo, o S. abre a porta da cozinha e chama-me. "Anda cá ver isto". E eu vou. Cá fora, ao pé do jardim, estava um SOANI. E o que é um SOANI?, perguntam vocês já a pensar que esta lisboeta já domina a vida no campo e até conhece espécies animais das quais vocês nunca ouviram falar nem sequer nos programas da National Geographic e no BBC Vida Selvagem que costumavam ver deitados no sofá aos Sábados ou Domingos de manhã. Pois, mas não, ainda não cheguei a esse ponto e SOANI significa apenas Suposto Objecto Andante Não Identificado.
E digo Suposto porque o S. garantiu-me logo que era um ouriço. Olhei para ele de lado.
- Queres-me convencer que isto é um bicho?
- Sim, mas como está enrolado não parece
- Ah... estão está morto - digo eu
- Não sei, vou buscar uma vassoura para ver se ele se mexe
Quando ele chega com a vassoura pergunto-lhe:
- Olha lá, mas isto anda depressa?
- Não sei, nem sequer sei se é um bicho....
- É que se isto anda depressa pode desatar a correr quando lhe tocares com a vassoura!
Perante esta imagem assustadora - de um suposto bicho pouco maior que uma bola de ténis a correr a grande velocidade atrás de nós - paramos um pouco para reflectir.
- Já sei!!!!!!!! - diz o S.
- Então diz lá....
- Vou buscar o carro aqui para ao pé dele e tu sentas-te ao meu lado e pela janela tocas-lhe com a vassoura
- EU?!?!?!?!?!?!!?!!?
- Sim, mas estás dentro do carro, qual é o problema??? Ou achas que ele vai subir pelo cabo da vassoura só para te atacar?!
Lá concordei. O S. foi buscar o carro, com grandes manobras para não atropelar o SOANI. Eu ocupei o meu lugar e lá comecei a dar uns toques ao bicho com a vassoura. Nada. Absolutamente nada. Decidimos empurrar o SOANI para o jardim, para não ficar ali onde costumamos passar com os carros. Lá empurrei com a vassoura, com o S. a andar bem devagarinho com o carro.
Fomos à nossa vida mas de tempos a tempos lá iamos ver o SOANI, que continuava sem dar sinais de vida. Ao fim da manhã, quando lá fui pela última vez, já não estava lá nada. Só então me convenci que era de facto um ouriço que deve ter feito um esforço enorme para não se rir às gargalhadas das manobras que nos obrigou a fazer. Afinal, lembrem-se que ele era pouco maior que uma bola de ténis e que, sei agora, os ouriços andam muito, muito, muito devagar....
posted by Rakel at 5/10/2006 02:38:00 da manhã | link | 9 comentários

Pouso para pássaros

Ontem aterrou-me um pássaro na cabeça. Estava eu e o S. lá fora nas habituais sessões de bricolage quando ele grita: "Cuidado com o pássaro!". Mais assustada com o grito dele do que com o passarolo que aterrou na minha cabeça - devia ter o brevet à pouco tempo - desatei aos gritos e a abanar desesperadamente a cabeça. "AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH". Isto enquanto batia com os pés no chão, não sei bem porquê.
Resultado: depois de uma breve passagem pela minha cabecita, e perante os meus abanões, o pássaro - um pardalito bem pequeno - foi parar ao chão, mesmo aos meus pés. Eu olhei para ele, ele olhou para mim. E antes dele levantar voo para bem longe de mim, juro, juro que li o que lhe estava escrito no olhar. E era algo do género: "És um bocado histérica, não?!"
posted by Rakel at 5/10/2006 12:46:00 da manhã | link | 4 comentários

Manhã de Domingo

domingo, maio 07, 2006
Domingo. Correcção: madrugada de domingo. E para os que me conhecem, eu sou uma madrugadora. Mas já percebi que no campo o conceito de madrugador é muito diferente. Mas repito. Madrugada de domingo. 6h e 20 minutos da manhã. Estamos, obviamente, a dormir. Toca a campaínha. Acordo, sento-me na cama.
- S., a campaínha
- O quê, o quê?
- A campaínha - repito enquanto me levanto, desço as escadas a correr e vejo no intercomunicador um homem. Levanto o telefone.
- Sim....?
- Olá, sou o M. (o senhor do tractor com quem o S. tinha combinado vir limpar o terreno)
- Ah.... já vem limpar o terreno?!?
- Não, não, só passei para dizer que hoje afinal não posso vir. Depois eu telefono ao seu marido para marcarmos outro dia está bem? Bom dia!!
- ...............................................

A vida de uma alfacinha no campo nem sempre é fácil....
posted by Rakel at 5/07/2006 11:40:00 da manhã | link | 0 comentários